11 de Julho
ALÉM DAS CRIANÇAS RESGATADAS DA CAVERNA NA TAILÂNDIA!
Um drama, envolvendo 12 crianças presas e seu treinador de futebol numa caverna em Tham Luang no norte da Tailândia, comoveu o mundo inteiro.
Eles entraram no complexo de cavernas no fim da tarde de sábado, 23 de junho, durante um passeio após o treino de futebol. Foram surpreendidos por uma chuva forte que inundou o complexo, obrigando-os a fugir por dentro dos túneis até se instalarem em um local seco, próximo à câmara conhecida como Praia Pattaya, a 4 quilômetros da entrada. O desaparecimento, provocou uma mobilização enorme, e eles foram encontrados por dois mergulhadores britânicos no dia 02 de julho, portanto, nove dias depois do desaparecimento.
Enquanto o resgate não acontecia, foi montada uma estratégia para mantê-los vivos com mergulhadores levando alimentos e bombeando oxigênio.
O acesso era difícil e perigoso, e mesmo contabilizando a morte de um mergulhador, as equipes de resgate não desistiram e retiraram todos eles com um sucesso louvável! Evidentemente, toda essa história me sensibilizou, afinal, vidas estavam em jogo! Refletindo sobre o tema, cheguei à conclusão de que além dos meninos da caverna e seu de técnico, outras crianças estão em perigo pelo mundo. Refiro-me à uma geração que, embora tenha “kit de sobrevivência”, está, literalmente, à beira da morte. Uma geração muito inteligente, mas que não tem estrutura para o término de um namoro.
Pergunto-me: O que tem acontecido com a nova geração que tem o domínio da tecnologia, mas não tem o domínio das suas emoções a ponto de tentar suicídio por motivos tão banais? Já notou como a nova geração de crianças está pedindo socorro? Isso me leva a crer que além das crianças da caverna na Tailândia, existem muitas outras que precisam ser resgatadas, urgentemente, ou seja, antes que morram perdidas em suas aventuras pela vida. Mas como podemos salvar esta geração de crianças? Veja algumas sugestões que faço a seguir:
1) Se quisermos salvar esta geração de crianças, precisamos parar de mimá-las e fazer suas vontades. Tenho aprendido que toda criança mimada será um adulto infeliz, pois o mundo não está organizado para satisfazer nossas vontades. E isso tem a propriedade de frustrar quem não aprendeu nada sobre frustração, afinal, nunca ouviu “não” dentro de casa. Isso é um perigo!
2) Se quisermos salvar esta geração de crianças, precisamos parar de confundir atenção com agrados compensatórios. Infelizmente, há uma falsa ideia de que precisamos dar muitas coisas aos nossos filhos, e para tanto, vale o sacrifício da distância por causa do trabalho de onde vamos tirar o dinheiro para financiar tal investimento. O problema dessa visão é que pessoas não são moldadas por coisas, mas pela convivência com seus pares. Ou seja, a geração de crianças, que temos hoje em dia, sofre de carência de afetividade. Pois convive mais com computadores, brinquedos, celulares e os vídeos do Youtube. Isso é um perigo!
3) Se quisermos salvar esta geração de crianças, precisamos cuidar de nossa imagem pessoal a fim de que sejamos referência moral. Se tem uma marca distintiva da geração de crianças de hoje, é a esperteza, ou seja, não existe mais criança boba! O que significa que nenhum adulto vai ganhar o respeito de nenhuma criança no grito. Criança, hoje em dia, respeita quem tem moral. O problema é que esta virtude do caráter anda em falta na vida dos adultos. Precisamos ser mais honestos, mais comprometidos, equilibrados e verdadeiros, pois a melhor educação é o exemplo! Se a criança notar desvios em nosso caráter, não nos respeitará. Isso é um perigo!
4) Se quisermos salvar esta geração de crianças, precisamos nos preocupar mais em instruir do que em informar. A instrução é a capacidade de ensinar pela vivência. Isto é, mostrando o caminho com os próprios passos. Não adianta apontar o que é certo. É preciso demonstrar porque é certo. Hoje em dia, as crianças têm acesso à informações que, nós, os adultos, levamos tempo para conhecer. Então as palavras somente, não convencem. É preciso demonstrar na vivência o que as crianças precisarão para a sua vida, valendo-se de estratégias como a meritocracia, o respeito, o amor e a fé! Crianças que não são submetidas à autoridade da vivência, tendem ao crescimento natural, ou seja, sem limites. Isso é um perigo!
Muito bem, embora estejamos felizes pelo resgate das 12 crianças e de seu professor da caverna na Tailândia, devemos nos lembrar que além delas, existem outras presas em “cavernas” tão perigosas quanto! Nosso papel é não desistir delas, viabilizando-lhes uma história que vá muito além da sobrevivência. Falo de uma história que esteja comprometida com a felicidade! Pense nisso, e vamos salvar quem está preso nas “cavernas” da vida!
Pr. Marcelo Petrucci da Silva.